Cajucultura | Parte 1: Caracterização do cajueiro
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1) O Cajueiro
O cajueiro (Anacardium occidentale L) é uma planta nativa típica do Nordeste brasileiro, com grande importância econômica e social para a região. Trata-se de uma planta perene com considerável capacidade adaptativa, pois suporta solos empobrecidos, estresse hídrico e elevada insolação. Além disso, produz em período seco, na entressafra de culturas anuais.
Cerca de 95% dos pomares comerciais de caju estão localizados em pequenas e médias propriedades (falta de manejo adequado, nesses casos predominam pés antigos, cajueiros “pés-francos” com elevada heterogeneidade. Contudo, adotando-se os tratos culturais adequados, levando em conta o solo, clima e genética, a planta apresenta maior produtividade e rentabilidade.
2) Morfologia
> Árvore perene de ramificação baixa.
> Maior área de projeção radicular se encontra na área sob a copa.
> 82% das raízes efetivas na absorção de nutrientes encontram-se até a 30cm de profundidade.
> Frutificação ocorre na periferia da copa, nos 2/3 inferiores da planta.
> Copa maior que envergadura, com porte variado, sendo classificado em 2 tipos:
2.1 Comum (gigante): Foram os primeiros a serem explorados, geralmente altura entre 8 m e 15 m, podendo chegar a 20 m.
2.2 Anão (anão-precoce): Mais indicada para produção, com copa mais homogênea e compacta. Variedade oriunda de seleção fenotípica objetivando uma árvore de porte menor. Raramente ultrapassa 5m de altura e 8m de copa, possuindo copa maior que altura.
3) Fenologia
> O cajueiro apresenta diferentes fenofases, ou seja, estágios estádios de desenvolvimento ao longo do ano. Seu crescimento é intermitente, com momentos de aparente repouso e momentos de crescimento vigoroso. Geralmente o cajueiro-anão-precoce se antecipa pelo menos um mês em relação ao cajueiro comum.
> Disponibilidade de água e umidade relativa do ar são os principais fatores que influenciam o crescimento de desenvolvimento do cajueiro.
> Cinco Fenofases:
I. Aparente repouso vegetativo: períodos chuvosos.
II. Queda das folhas: logo após repouso vegetativo e ao fim das chuvas. A queda é parcial (planta subcaducifólia.)
III. Fluxo foliar, brotação ou crescimento vegetativo: crescimento da gema apical, expansão de internódios e formação simultânea de folhas. Ocorre após fim das chuvas e aumento da intensidade solar. Cabe ressaltar que em cultivos irrigados alguns clones de cajueiro-anão-precoce emitem fluxos vegetativos de forma contínua.
IV. Floração: durante estação seca, com baixa nebulosidade e alta insolação, geralmente com duração de 100 dias. Todavia pode ocorrer grande variação no início e na duração do período de florescimento, devido à diferentes cultivares de cajueiro-anão e à heterogeneidade entre plantios de cajueiro comum.
V. Frutificação: ocorre na estação seca, 7 dias após a fecundação. A maturação se completa em 8 semanas, onde a castanha adquire coloração acinzentada e o pedúnculo, que cresce rapidamente na fase final do crescimento da castanha, adquire cor intensa. Observação: cajueiro-anão-precoce frutifica no primeiro ano de plantio, mas o fruto deve ser retirado no início para evitar prejuízos à planta. O cajueiro comum entre 2º e 3º ano.
Fontes
https://www.spo.cnptia.embrapa.br/conteudo?p_p_id=conteudoportlet_WAR_sistemasdeproducaolf6_1ga1ceportlet&p_p_lifecycle=0&p_p_state=normal&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-2&p_p_col_count=1&p_r_p_-76293187_sistemaProducaoId=7705&p_r_p_-996514994_topicoId=10308 (livro Embrapa sobre cultivo do caju).
https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/215402/1/500-perguntas-caju.pdf (livro Embrapa: perguntas e respostas sobre o cultivo do caju).
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84782002000200007