Poda de Frutíferas - Parte 2
Poda de Frutíferas - Parte 2
8) Operações da Poda:
• Desbrota: Retirada de brotos novos que estão em excesso ou que não são produtivos. Esses brotos retiram a “força” dos ramos produtivos. Comumente realizada após a poda principal;
• Encurtamento de ramos: Retirada de parte do ramo;
• Supressão de ramos: Retirada total do ramo;
• Esladroamento: Retirada de ramos ladrões, que são ramos bem desenvolvidos, mas não produzem e atrapalham a entrada de luz na copa.
Ex.: é muito comum em citros, são ramos voltados para cima (90°), que escurecem a copa e competem por nutrientes;
• Desfolha: Retirada do excesso de folhas para maior arejamento e iluminação das flores e frutos. Pode melhorar a qualidade dos frutos e controlar focos de doença e ataques de pragas. Ex.: Maçã, pera e kiwi;
OBS: A desfolha não deve ser drástica, pois pode comprometer o desenvolvimento da planta. Além disso, as folhas próximas do fruto que não estão encostadas neles devem ser mantidas;
• Raleio de frutos ou desbaste (quando frutos estão imaturos): retirada de frutos mal desenvolvidos, pregueados,doentes ou pequenos. Isso melhora o desenvolvimento dos frutos mantidos;
OBS: Essa prática consome tempo, mas o custo benefício pode valer muito a pena;
• Raleio de flores e botões florais: pode ser realizado ao invés do raleio de frutos, mas é menos seguro, pois não podemos prever a fixação dos frutos. Nessa operação, o excesso de botões florais é retirado, para evitar a formação em excesso dos frutos;
• Desponte: É o encurtamento da ponta dos ramos (meristema apical) e possui como objetivos 1) Favorecer o desenvolvimento dos ramos mais abaixo, incluindo botões axilares (laterais); 2) Reduzir o crescimento e direcionar a energia da planta para o desenvolvimento dos frutos.
9) Operações complementares à poda
• Arqueamento de ramos: Alteramos a posição dos ramos para que entre mais luz e ar na copa. Para isso, podemos utilizar de diferentes ferramentas;
OBS: Ramos na vertical estimulam o crescimento vegetativo; Já ramos inclinados estimulam a frutificação.
• Anelamentos: Retirada de um anel fino da casca do ramo que contém frutos de interesse. Realizar no começo da maturação, gerando como benefícios: frutos mais doces, melhor fixação e coloração;
OBS: O anel deve ser fino, para que a planta cicatrize o ferimento. Não se deve realizar essa técnica muitas vezes, para não enfraquecer a planta.
Fonte: Scarpe filho, 2011
Anelamento
Fonte: Scarpe filho, 2011
Anelamento cicatrizado
• Incisões: É realizada para estimular a brotação lateral, quebrando a dominância apical. Assim, a incisão ocorre como na imagem abaixo, sendo feita acima de uma gema.
Fonte: Scarpe filho, 2011
Incisão
• Torção de ramos: Com o objetivo de estimular as gemas laterais e quebrar a dominância apical, é realizada uma leve torção dos ramos quando estes estão no período vegetativo.
10) Principais erros cometidos na prática da poda:
10.1) Deixar formar uma copa muito alta, ou seja, não realizar a poda de formação no momento adequado. Isso atrapalha a colheita e tratos culturais;
10.2) Deixar a planta frutificar durante a fase de formação. Isso tira a força da planta;
10.3) Deixar muitos ramos principais. Isso tira a força da planta e atrapalha a colheita e manejo;
10.4) Esquecer de fazer a poda de frutificação ou deixar de fazer essa poda e depois realizá-la de forma intensa. Isso atrapalha a constância da produtividade;
10.5) Retirar de forma excessiva os ramos no interior ou na base da planta: pode reduzir a produtividade e expor ao sol intenso e danificar os ramos secundários.
Fontes
SCARPARE FILHO, João Alexio; MEDINA, Ricardo Bordignon. Árvores Frutíferas. Piracicaba: USP/ESALQ/Casa do Produtor Rural, 2011. 54 p
SOUSA, J.S.I. Poda das plantas frutíferas São Paulo: Nobel, 2005. 191p.
FACHINELLO, JOSÉ CARLOS FACHINELLO. Fruticultura: fundamentos e práticas. Embrapa Clima Temperado, 2009. 176p.