IRRIGAÇÃO - QUAIS AS TECNOLOGIAS EXISTENTES?

São diversos tipos diferentes de sistemas de irrigação, que dependem da fonte de água, tamanho do sistema e método de aplicação. 

Existem 3 principais fontes de água: água superficial, lençol freático (água subterrânea), e água residual reciclada (ou seja, água que foi utilizada de alguma forma e foi tratada).

Sistemas de irrigação vão desde pequenos arranjos na propriedade-utilizando uma fonte de água local- até esquemas vastos e regionais controlados por autoridades governamentais.

Métodos de aplicação: inundação convencional, ou por sulcos -e que dependem da gravidade e declividade do terreno para fluir- e água bombeada para sistemas de irrigação com aspersores e gotejadores.

Fontes de Água Superficial

As principais fontes de água para irrigação são córregos, rios e lagos. O desvio de águas de rios é tradicionalmente utilizado para criar lagoas de armazenamento e cisternas.

Primeiro Melhore o Solo

Solos saudáveis, bem agregados e estáveis, com altos níveis de matéria orgânica, com compactação limitado ou sem compactação tornam a propriedade a "prova de seca". 

Reduzir a aração e manter resíduos na superfície melhora a infiltração da água e reduz a evaporação do solo.

Plantas de cobertura e adubação verde com utilização de água servem como coberturas superficial que conservam água, no momento que são suprimidas.

Quando mais saudável e vivo o solo, menor será a irrigação necessária pois a chuva natural será utilizada eficientemente.

Água Subterrânea

Aquíferos ou boas fontes de água são essenciais para a irrigação, e baixos níveis de sais são críticos para prevener o acúmulo e aumento da salinidade do solo.

Práticas de conservação de água e do solo tornam a prática sustentável, onde as chuvas recarregam mais rápido do que utilizam a água estocada, reduzindo o impacto na bacia hidrográfica regional.

Ao utilizar a água de sistemas naturais ou de qualquer fonte, uma regra social é devolver ou retornar com qualidade melhor a mesma quantidade ou mais de água utilizada.

Água Residuais Recicladas

É desnecessário que a qualidade da água utilizada para irrigação seja a mesma que utilizada para consumo humano, ou seja, águas residuais e tratadas podem ter uso agrícola. São utilizadas em (1) áreas densamente populosas perto de áreas agrícolas e (2) onde a água superficial ou subterrânea é limitada. Recomenda-se tratar de forma adequada qualquer água residual antes de utilizar para a irrigação.

Tipos e Métodos de Irrigação

• Inundação ou sulcos: depressões, canais ou sulcos são inundados por um período limitado de tempo, permitindo a infiltração. O sistema utiliza fluxo da água por gravidade e requer áreas quase planas. É o sistema mais barato de implantar e utilizar, contudo a aplicação é inexata e desigual. Pode causar problemas com salinização pois levanta o lençol freático.


• Aspersão: água pressurizada para aspersores. Requer canalização e bomba. Pode ser com aspersor estacionário em suportes ou aspersor suspenso rotatório (como um pivô-central). Permitem maior precisão na aplicação do que inundação e uso mais eficiente de água. O investimento é maior e utilizam energia para a bomba.


• Gotejamento: utiliza tubos e mangueiras flexíveis com pequenos emissores. É utilizado geralmente embaixo de coberturas (mulching) ou em pomares com muitos emissores espaçados ou diretamente na planta com emissor localizado. É um sistema que economiza água, fácil de instalar, utiliza baixa pressão, possui baixo consumo de energia e é relativamente barato. Pode ser enterrado, contudo os tubos e emissores precisam estar perto das raízes.


• Manual: envolve potes, baldes, mangueiras, garrafas invertidas, etc. É eficiente em pequena escala e jardins.

Fertirrigação é o método de aplicar fertilizantes para plantas através de sistemas com bombas, como aspersores e gotejamento. O fertilizante é misturado com a água da irrigação, fornecendo pequenas doses de fertilizante líquido para a cultura. Pode-se realizar múltiplas aplicações.

Estocagem da Água

Além de melhorar a qualidade do solo, a estocagem de água é uma alternativa que auxilia o fornecimento de água. O ideal para terraplanagem é propiciar condições para o acúmulo de água da chuva e de forma que não seja prejudicial a cultura. Enleiramento, canais e canalização, sulcos são formas de conduzir e reter água na área de cultivo. Outros métodos são:

a) Construção de barraginhas: pequenas lagoas de base semi permeável ou impermeável (utilizando argila por exemplo) na parte mais alta da propriedade e que retêm as águas superficiais da chuva;

b) Represamento: superficial ou subterrâneo, onde muros feitos de materiais disponíveis (como rochas ou até mesmo madeira) são organizados de forma a conduzir a água do talvegue (curso d'água) para a área desejada.

Impactos da Irrigação

• Acúmulo de sais e sódio no solo;


• Uso de energia;


• Pode haver percas de nutrientes, defensivos e estrutura do solo;


• Utilização de água do meio ambiente (de sistemas naturais);


• Barragens inundam grandes áreas e podem movimentar populações ou inundar áreas produtivas, mangues ou fósseis arqueológicos;


• Competição entre usuários de áreas urbanas e comunidades rio abaixo.

Em climas secos, não ocorre o escoamento de sais através da precipitação natural (as chuvas), havendo o acúmulo no solo. 

Sistemas de irrigação em regiões áridas devem planejar o suprimento de água e também a remoção de água-a irrigação deve ser combinada com a drenagem. Sais precisam ser removidos com aplicação adicional de água para dissolverem e serem lixiviados através de drenos ou valas.

A melhor forma de irrigação é a formação do solo de forma que conserve a água das chuvas para o período de seca. 

Árvores de raízes profundas são utilizadas para abaixar o lençol freático, principalmente em áreas salinizadas. 

O sódio pode ser removido com aplicação de gesso agrícola (gipso). Ambos salinidade e sodicidade podem serem prevenidos com a gestão hídrica.

Altas dosagens e aplicações de nutrientes e defensivos podem lixiviar e contaminarem lençois freáticos

BOA GESTÃO HÍDRICA

• Construa solos resistentes a compactação e seca através do aumento da matéria orgânica, agregação e quantidade de raízes;


• Seja conservativo com o uso da água;


• Monitore a necessidade hídrica do solo, plantas e clima para fazer estimativas;


• Use quantidades precisas na aplicação de água;


• Utilize águas residuais e recicladas de boa qualidade;


• Reduza a aração e mantenha resíduos no solo;


• Utilize coberturas (mulching) para reduzir a evaporação do solo;


• Junte a gestão hídrica e de fertilizantes para evitar percas;


• Previna a acumulação de sais e sódio: escoa os sais através da drenagem e reduza a quantidade de sódio com aplicação de gesso.

Manejo hídrico

Requer planejamento, equipamento apropriado e monitoramento. O primeiro passo é criar um solo que otimize a retenção de água para a cultura. Solos com médios a altos teores de matéria orgânica possuem boa capacidade de infiltração e estabilidade de agregação.

Solos saudáveis infiltram e armazenam de forma ótima para o crescimento de plantas saudáveis e requerem menos irrigação.

Para a agricultura familiar: reduzir a aração, aumentar o teor de matéria orgânica, prevenir a compactação e utilizar culturas perenes em rotação aumentam a armazenagem de água no solo. Ao adicionar matéria orgânica, recomenda-se materiais que estejam estáveis ou compostados. Para aumentar a profundidade das raízes, a aração em zonas específicas (usando ferramentas ou plantas com raízes pivotantes) aumenta a penetração das raízes no solo resultando em aumento da matéria orgânico e capacidade de armazenamento hídrico a longo prazo.

Aumento da cobertura do solo com camada densa de mulching (cobertura morta/palhada): protege da evaporação e aumenta o teor de matéria orgânica. Pode consumir água utilizada para escoar sais ou da cultura de interesse.

Uso conservador da água previne diversos problemas e é realizado monitorando o solo, plantas, indicadores do clima e irrigando somente quando necessário. Sensores de solo (como o tensiômetro) estimam a umidade do solo. Quando a umidade abaixa demais, a irrigação é acionada até chegar no nível ideal para a cultura.

Outras informações são importantes para o manejo hídrico:

• Condições climáticas para estimar a água das chuvas e evapotranspiração (evaporação do solo e transpiração das plantas).


• Solos e sua velocidade de infiltração de água. Alta velocidade o melhor método é aspersão, baixa velocidade é gotejamento (irrigação localizada).


• Relevo e dependendo da inclinação, o investimento pode ser inviável. Alta declividade (até 60%), o melhor método é gotejamento.


• Clima, quantidade de chuva, velocidade e frequência dos ventos. Em áreas sem chuva, é obrigatório um sistema de irrigação para o crescimento vegetal. Onde há ventos fortes e regulares, haverá perdas na aspersão.


• Tipo de Planta, qual cultura agrícola será utilizada e se o sistema é atende todas as culturas na área.


• Água, vazão e volume total disponível. Também é necessário saber a quantidade que a cultura consome no ciclo completo. Calcula-se a quantidade real de água utilizada. Deve-se saber o valor final, que é o custo de energia para transporte, filtragem e o custo da água.

O sistema mais rentável a longo prazo é o melhor sistema. É aí que a ManejeBem pode ajudar, auxiliando nas decisões e gestão das atividades.

Quando se fala em agricultura, logo se pensa nos grandes produtores. Aqueles que exportam e que tem disponível toda e qualquer solução agro. Mas, a verdade é que a grande maioria são de pequeno porte  e se organizam em unidades familiares. Acreditem, são eles que alimentam o mundo! Mas, mesmo com toda a sua importância na cadeia de abastecimento de alimentos, os agricultores sofrem a falta de tecnologia no campo. 

Pensando na melhoria da produção destes agricultores, a ManejeBem desenvolveu uma tecnologia, em forma de aplicativo, que visa facilitar a assistência técnica no campo.

A solução, ofertada para cooperativas, agroindústrias e empresas de assistência técnica agrícola visa à melhoria do trabalho de agrônomos e o desenvolvimento sustentável de comunidades rurais. 

Além de tornar as operações no campo ainda mais eficiente, mais sustentável e muito mais precisa, o agrônomo terá nas mãos informações valiosas para otimizar todas as etapas produtivas da propriedade. Com a tecnologia, fica muito mais fácil de identificar oportunidades e melhorias no campo. Quais os problemas? Quais as soluções? Que tipo de sistema de irrigação utilizar? Como efetuar a adubação? Como melhorar a gestão da propriedade? O agricultor está pronto para acessar créditos rurais? 

Com a ferramenta, que ajuda a responder estas perguntas, fica muito mais fácil de manter o agricultor produtivo e qualificado para os mercados existentes. Aumentando seus lucros! 

Como fazemos isso? Através do ManejeChat. Tecnologia que possui um chat direto com o agricultor e um sistema para registro e armazenamento dos atendimentos. Com esta ferramenta, conseguimos aumentar em 300% a capacidade do trabalho de técnicos no campo e elevamos o número de agricultores conectados com uma assistência agrícola diária e de qualidade.  

Quer conhecer um pouco mais esta ferramenta? Entre em contato. 

Fontes:

https://boaspraticasagronomicas.com.br/boas-praticas/irrigacao/

https://naandanjain.com.br/tudo-o-que-voce-precisa-saber-sobre-sistemas-de-irrigacao/

http://agriculture.vic.gov.au/agriculture/farm-management/soil-and-water/irrigation/about-irrigation

https://www.sare.org/Learning-Center/Books/Building-Soils-for-Better-Crops-3rd-Edition/Text-Version/Managing-Water-Irrigation-and-Drainage/Irrigation