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Guaraná - Parte 2

Estimulante, analgésico, antitérmico e afrodisíaco. Essas são algumas propriedades do guaraná. Com um mercado crescente e que aumenta sua demanda anualmente. A guaranaicultura é tradicional regionalmente, mas vêm chamando a atenção pelas perspectivas de mercado e propriedades. A antracnose e a adoção de tecnologias adequadas são os maiores empecilhos para o aumento da produtividade. Quer saber mais sobre o guaraná? Clica aqui!

 Beneficiamento e Comercialização


O fruto é colhido, acondicionado em sacos ou amontoado em local limpo, fermentando por até 3 dias. O local deve ser de piso de cimento ou cerâmica e ambiente fechado, de acordo com recomendações  técnicas e de boas práticas.


A fermentação facilita a retirada da casca, iniciando o despolpamento. Após a despolpa, as sementes são lavadas em água limpa para serem classificadas por tamanhos, utilizando peneira de malha.


Em seguida, as sementes separadas são torradas para haver um ponto de torrefação uniforme e um produto homogêneo.


Na torrefação utiliza-se tacho metálico ou de barro, movendo as sementes constantemente. O "ponto de estalo" indica umidade de 5% a 7%, ideal para a indústria de refrigerantes. Para o guaraná em bastão, a umidade é de 8% a 12%.


Armazena-se as sementes torradas em sacos aerados, de juta ou aniagem. O tempo de armazenamento em condições ideais é de até 18 meses.


Em resumo, as sementes passam por: Fermentação>Despolpamento>Peneiragem>Secagem>Torrefação em fogo baixo>Classificação e separação>Processamento com pilão e água (ou alta tecnologia)>Formação de massa para o bastão, que pode ser utilizado na fabricação do "Sapó" (bebida indígena)>Embalado a vácuo para evitar oxidação>Transporte>Comercialização.


Agroindústria do Guaraná em pó


O processo produtivo pode ser dividido em: Recepção e pesagem; Descascamento mecanizado; Moagem mecanizada; Embalagem mecanizada; Armazenagem e expedição.



Características Gerais e Tecnologias


A produtividade pode ser aprimorada utilizando mudas de clones selecionados, variedades selecionadas, pomares jovens, baixa incidência de pragas e doenças, além de tratos culturais adequados.


A espécie adapta-se a toda Amazônia, recomenda-se que seja plantado em áreas de capoeira, e utilizando técnicas modernas de cultivo.


É indicado para  regiões de chuvas bem definidas, distribuídas ao longo do ano e precipitações


maiores ou iguais a 1.400 mm/ano e necessita de sombra nos primeiros anos.


O consorciamento com outras espécies possibilita um ambiente favorável para o guaranazeiro e traz retorno a curto e médio prazo ao produtor.


Espécies anuais como a mandioca, ou semi-perenes, como maracujazeiro e a bananeira. Além de aumentar a renda do agricultor, amortiza o custo de implantação do guaranazeiro, gera segurança financeira no caso de perca de alguma safra e aumenta a sustentabilidade devido à biodiversidade e controle biológico de doenças e pragas.


O enraizamento de estacas é a maneira comum de produção de clones selecionados.


Mudas clonais possuem menor tempo de formação (7 meses) que mudas tradicionais a partir de sementes.


As mudas propagadas por sementes devem ser oriundas de matrizes de alta produtividade e qualidade de frutos. A semente é recalcitrante, ou seja, perde germinação depois de uma ou duas semanas, necessitando de plantio o quanto antes.


Sobre preços e rendimentos, pode-se dizer que 1kg de Guaraná vende em média por R$22.


Existe o questionamento sobre mudas clonais ou semente. Onde as mudas clonais desenvolvem a produção e resistência a antracnose. Contudo possuem exigências nutricionais e manejo que nem sempre é adotado ou desenvolvido localmente.


ABRS Maués é uma variedade desenvolvida pela Embrapa que produz até 500g/planta. É colhido entre outubro e fevereiro.


Já ABRS Saterê e ABRS Marabitana são destinadas para plantio comercial. Com alta produtividade e resistência a doenças.



O foco da seleção de cultivar é possuir alto teor de cafeína e produtividade. Em média 1 a 1,5kg de sementes secas/planta resultando em 300 a 600kg/ha em espaçamento de 5 x 5m, de 400 a 700 plantas/ha. A alta produtividade é estimada em 6kg fruto fresca fornecendo 1kg semente torrada/planta/ha/ano.


Existem variedades com produção de até 2kg/planta. Ainda assim existe a necessidade de agroquímicos no combate a Antracnose, principal doença. A adoção de práticas sustentáveis, que aumentam a diversidade, como o consorciamento com outras espécies, reduzem, previnem e combatem pragas e doenças, como por exemplo utilização de microrganismos eficientes em sistemas agroflorestais.


A colheita do guaraná divide-se em cinco vezes ao ano, com o auxílio de tesoura de poda, e coletando os frutos maduros (abertos) de 2 em 2 dias ou os cachos com mais da metade dos frutos abertos e cor avermelhada.


Outra questão importante é o acesso à mudas de qualidade, com produtividade e resistência, fazendo necessário a criação ou vinculação com viveiro local.


A utilização de sistemas produtivos diversificados facilita o trabalho para o produtor, por exemplo utilizar mosaicos na área com diferentes variedades, obtendo resistência piramidal contra doenças e pragas, prevenindo e reduzindo perdas.


Áreas comerciais de guaranazeiros tecnicamente bem conduzidos alcançam produtividade média em torno de 1.000 kg de amêndoas secas por ha/ano a partir do quinto ano do plantio.


Propriedades


O guaraná possui um estimulante natural, a guaranina, que é um princípio ativo semelhante a cafeína. Também é utilizado tradicionalmente como analgésico, antitérmico e afrodisíaco.


A quantidade de cafeína é superior ao próprio café e ajuda a liberar adrenalina e dopamina, aumentando a resistência nos esforços mentais, musculares e diminui a fadiga motora e psíquica.


Estudos indicam que pode diminuir o risco de hipertensão, obesidade e síndrome metabólica.


Mercado


É consumido e comercializado em diversas formas: semente, pasta seca (bastão), pó, xaropes, sucos/refrigerantes, extratos e inclusive papel (feito com refugo do guaraná).


Em refrigerantes o mínimo de guaraná exigido é de 2g/litro. Também é utilizado na fabricação de bebidas energéticas, e aumento nas possibilidades de fármacos, usos terapêuticos, tratamento de pele oleosa e celulite, cosméticos, sorvetes, artesanato, etc.


O beneficiamento consiste em duas moagens da semente torrada. Uma com granulometria menor que o outra, constituindo o guaraná em pó.


Para cada tonelada de sementes de guaraná torradas, são extraídos 700 kg de guaraná em pó.


Uma das partes inutilizadas do fruto é o arilo, a parte branca do fruto.


O cenário econômico demanda uma grande produção. O restante do mundo começa a conhecer suas propriedades, aumenta o potencial mercadológico. A demanda por guaraná cresce em média 3% ao ano. E o preço de R$20/kg pode duplicar ou até triplicar quando moído.


Associações e Instituições


A formação de cooperativa tem sido uma alternativa para a organização social e valorização dos guaranaicultores e sua cadeia produtiva. Além disso, recomenda-se contactar e desenvolver projetos com instituições especializadas ou que fornecem suporte à guaranaicultura.


Exemplos de instituições que participam ativamente da guaranaicultura: Associação dos Agricultores Familiares do Alto Urupadi (AAFAU), Embrapa, IDAM, Federação da Agricultura do Amazonas, Projeto Muque (Multiplicação de Quelônios do Rio Urupadi), UFAM.


Incentivos Fiscais e Financeiros


Existem alguns incentivos fiscais governamentais, como o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) que isenta a entrada, fabricação, comercialização e direito à geração de crédito de mercadorias na Zona Franca de Manaus e outras localidades da Amazônia Ocidental, elaborados com matérias-primas regionais.


Também existem isenções sobre: Impostos sobre Importação; Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ); Isenção do Imposto sobre Exportação (IE); Isenção de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS); Financiamentos da Agência de Fomento do Estado do Amazonas (AFEAM); e AFEAM Industrial.


Quando se fala em agricultura, logo se pensa nos grandes produtores. Aqueles que exportam e que tem disponível toda e qualquer solução agro. Mas, a verdade é que a grande maioria são de pequeno porte  e se organizam em unidades familiares. Acreditem, são eles que alimentam o mundo! Mas, mesmo com toda a sua importância na cadeia de abastecimento de alimentos, os agricultores sofrem a falta de tecnologia no campo. 


Pensando na melhoria da produção destes agricultores, a ManejeBem desenvolveu uma tecnologia, em forma de aplicativo, que visa facilitar a assistência técnica no campo.


A solução, ofertada para cooperativas, agroindústrias e empresas de assistência técnica agrícola visa à melhoria do trabalho de agrônomos e o desenvolvimento sustentável de comunidades rurais. 


Além de tornar as operações no campo ainda mais eficiente, mais sustentável e muito mais precisa, o agrônomo terá nas mãos informações valiosas para otimizar todas as etapas produtivas da propriedade. Com a tecnologia, fica muito mais fácil de identificar oportunidades e melhorias no campo. Quais os problemas? Quais as soluções? Que tipo de sistema de irrigação utilizar? Como efetuar a adubação? Como melhorar a gestão da propriedade? O agricultor está pronto para acessar créditos rurais? 


Com a ferramenta, que ajuda a responder estas perguntas, fica muito mais fácil de manter o agricultor produtivo e qualificado para os mercados existentes. Aumentando seus lucros! 


Como fazemos isso? Através do ManejeChat. Tecnologia que possui um chat direto com o agricultor e um sistema para registro e armazenamento dos atendimentos. Com esta ferramenta, conseguimos aumentar em 300% a capacidade do trabalho de técnicos no campo e elevamos o número de agricultores conectados com uma assistência agrícola diária e de qualidade.  


Quer conhecer um pouco mais esta ferramenta? Entre em contato conosco!  


Fontes


A Cultura do Guaraná <[https://www.embrapa.br/en/busca-de-publicacoes/-/publicacao/374475/a-cultura-do-guarana#:~:text=Resumo%3A O guaranazeiro](https://www.embrapa.br/en/busca-de-publicacoes/-/publicacao/374475/a-cultura-do-guarana#:~:text=Resumo%3A%20O%20guaranazeiro%20) (Paullinia%20cupana,de%20um%20arbusto%20semi-ereto.>


O Cultivo e o Mercado do Guaraná <[https://m.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/o-cultivo-e-o-mercado-do-guarana,969a9e665b182410VgnVCM100000b272010aRCRD](https://m.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/o-cultivo-e-o-mercado-do-guarana,969a9e665b182410VgnVCM100000b272010aRCRD)>


Projeto Potencialidades Regionais - Estudo de Viabilidade Econômica: Guaraná <[http://www.suframa.gov.br/publicacoes/proj_pot_regionais/guarana.pdf](http://www.suframa.gov.br/publicacoes/proj_pot_regionais/guarana.pdf)>


OCS ALTO URUPADI/MAUÉS <[https://mapadaagroecologia.org/locais/ocs-alto-urupadi-maues?locale=pt-BR](https://mapadaagroecologia.org/locais/ocs-alto-urupadi-maues?locale=pt-BR)>


Guaranacultores do Alto Urupadi - Amazonas <[https://www.slowfoodbrasil.com/comunidades-do-alimento/comunidades-brasileiras/24-norte/1363-guaranacultores-do-alto-urupadi-amazonas](https://www.slowfoodbrasil.com/comunidades-do-alimento/comunidades-brasileiras/24-norte/1363-guaranacultores-do-alto-urupadi-amazonas)>


Estimativa do número de folhas e ramos, altura da planta, tamanho de amêndoa e produção do guaraná <[https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/672804/estimativa-do-numero-de-folhas-e-ramos-altura-da-planta-tamanho-de-amendoa-e-producao-do-guarana](https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/672804/estimativa-do-numero-de-folhas-e-ramos-altura-da-planta-tamanho-de-amendoa-e-producao-do-guarana)>


Potencial biotecnológico dos fungos endofíticos do guaraná (Paullinia cupana var. sorbilis) no controle biológico da antracnose <[https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/6905](https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/6905)>


Coleção Plantar - Guaraná <[https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/162284/1/A-cultura-do-guarana.pdf](https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/162284/1/A-cultura-do-guarana.pdf)>

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