Fontes Alternativas de Adubação do Solo
Técnicas antigas que estão ressurgindo nas mãos de agricultores conscientes, visando custos e a sustentabilidade. Através dessas técnicas, mantemos o conhecimento das diversas fontes de adubos alternativos utilizadas atualmente, como: rochagem, biofertilizantes, vermicompostagem, compostagem, cinzas, restos de culturas etc., usadas nos sistemas produtivos e orgânicos, cuja a liberação de nutrientes é de forma gradual, tornando a produção sustentável e melhorando as propriedades físicas e químicas do solo, além de contribuir para redução na incidência de pragas e doenças, e auxiliando na redução de custos. Confira aqui as alternativas!
Os elementos essenciais (nutrientes) para as plantas são divididos em Micronutrientes: Boro (B), Cloro (Cl), Cobre (Cu), Ferro (Fe), Manganês (Mn), Zinco (Zn) e Molibdênio (Mo); Em Macronutrientes Primários: Nitrogênio (N), Fósforo (P) e Potássio (K); Em Macronutrientes Secundários: Cálcio (Ca), Magnésio (Mg) e Enxofre (S); e em Elementos Benéficos: Sódio (Na), Silício (Si) e Cobalto (Co).
Em sistemas agrossustentáveis, a qualidade química e física do solo são alicerces então o planejamento da propriedade deve ser feito com base nas condições do solo. A análise de solo se torna importante para conhecer a composição e as propriedades e identificar os nutrientes disponíveis, o que permite o desenvolvimento de umprograma de adubação.
Essa prática é extremamente viável, trazendo a economia de insumos e o aumento da produção, resistência da planta, população de microrganismos e diminuição nos gastos com defensivos.
As etapas para a análise do solo são:
1) identificar gleba/talhões/área parecidas e definir pontos de coletas nestes locais.
2) limpar o ponto de coleta retirando resíduos e outros materiais da superfície.
3) coletar as amostras na profundidade recomendada, a das raízes da cultura a ser implantada, e colocar todar terra em balde de plástico seco e limpo.
4) misturar as amostras no balde, retirar 1 quilo, colocar em saco plástico/papel, identificar preenchendo com a informação da área e amarrar junto com um cartão de identificação ao saco da amostra.
5) enviar a amostra ao laboratório confiável mais próximo para análise.
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Algumas fontes alternativas de adubos orgânicos e minerais naturais:
Fósforo (P): importante na formação do ATP (trifosfato de adenosina, a energia da planta) que será a principal fonte energética da planta. Energia utilizada no transporte de assimilados, no armazenamento e transferência de energia, na divisão celular, no aumento das células e na transferência de informações genéticas.
A fonte natural de fósforo no solo é a matéria orgânica, ou outro resíduo orgânico que possa ser adicionado ao solo, como estercos e restos de culturas.
• rochas fosfáticas
• termofosfato
• farinha de ossos, casco e chifre
• refugos de peixe
• bagaço de maçã
• cinzas de palha de café
Nitrogênio (N): dentre os macronutrientes primários, é o que tem efeito mais rápido sobre o crescimento vegetal. Tem como função básica o crescimento das plantas, é responsável pela cor verde escura das mesmas e, como promove o desenvolvimento do sistema radicular, melhora a absorção de outros nutrientes do solo.
• urina ou esterco animal (Boi 0,6% de nitrogênio; Frango 1,7% de nitrogênio; Cavalo 0,7% de nitrogênio)
• composto orgânico e húmus de minhoca
• farinhas de sangue, carne, chifre ou peixe
• tortas de mamona, soja ou amendoim
• adubação verde com leguminosas (Fixação simbiótica 200 kg ha/ ano e Restos culturais 40 kg ha/ano)
Potássio (K): participa de muitos processos essenciais tais como fotossíntese, abertura e fechamento de estômatos, absorção de água do solo, atividades enzimáticas, formação de amido e síntese protéica.
• cinzas de madeira (boas fontes) e pó de granito
• resíduos de colheita
• esterco de ovelha ou refugo de lã
• casca de banana
Cálcio (Ca): o importante no desenvolvimento das raízes, sendo um nutriente necessário na translocação e armazenamento de carboidratos e proteínas. O cálcio atua na formação e na integridade das membranas da parede celular.
• calcário dolomítico e magnesiano
• casca de ovo
• fosfato de rocha
• farinha de ossos, casco, chifre ou ostra
• gesso
• algas marinhas
Magnésio (Mg): Compõe a molécula de clorofila, que dá a cor verde às plantas.
• calcário dolomítico e magnesiano
• tortas de sementes oleaginosas
• farinha de ostras
• algas marinhas
Enxofre (S): formação de aminoácidos e de proteínas, para a fotossíntese e para a resistência ao frio. É importante para a nodulação e desenvolvimento radicular.
• matéria orgânica 80% de S
• gesso agrícola 16% de S
Absorção dos macronutrientes por plantas gramíneas (utilizadas como adubação verde), em gramas/Kg de matéria seca. Na ordem: N, P, K, Ca, Mg, S.
Colonião 11 N 2 P 31 K 2 Ca 2 Mg 0,8 S
Gordura 10 N 2 P 18 K 8 Ca 2 Mg 0,8 S
Jaraguá 8 N 1 P 17 K 18 Ca 2 Mg 0,6 S
Napier 9 N 1 P 27 K 7 Ca 1 Mg 0,6 S
Pangola 9 N 1 P 14 K 23 Ca 4 Mg 1 S
Micronutrientes:
• Cobre (Cu): folhas de espinafre, tabaco e tortas de sementes oleaginosas
• Manganês (Mn): talo de cenoura
• Molibdênio (Mo): ervilhaca, alfafa, cavalinha
• Boro (B): ervilhaca, pó de granito, folhas de soja, girassol, alga marinha vermelha
• Cloro (Cl): água do mar
• Ferro (Fe): alga marinha
• Cobalto (Co): esterco de vaca, ervilhaca, legumes, rocha basáltica e folhas de couve
• Selênio (Se): ervilhaca, sementes de girassol e cereais
• Silício (Si): escória básica, casca de nozes e castanhas
• Sódio (Na): folhas de legumes
• Zinco (Zn): esterco suíno, farinha de peixe, farinha de sangue, alfafa e fosfato de rocha
A partir das alternativas mostradas, percebemos que resíduos de comércios e agroindústrias podem ser destinados a fertilização do solo, com o devido tratamento, por exemplo o modo de aplicação, a compostagem, produção de bokashi, etc. Deve-se considerar a abundância e facilidade de acesso aos resíduos.
Um excelente indicador da qualidade do solo e que nem sempre é realizada em laboratórios ou considerada por agricultores é a vida no solo, a mesofauna. Quanto mais e diversos pequenos animais vivem no solo, maior será a adubação e disponibilidade de nutrientes para as plantas, sem falar no controle de pragas e doenças. É trabalhando com a natureza que se ganha resultados a longo prazo.
O planejamento da adubação consiste em: Análise do solo + Recomendação de Adubação + Análise de Fertilizante = Adubação de baixo custo e excelente produção
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