A Produção de Leite

Iogurte, nata, chocolate, queijos mussarela, brie, gorgonzola. Existem vários produtos beneficiados a partir do Leite e adoramos todos eles. Confira aqui as dicas e fatores que influenciam na produção de leite! Consideraremos principalmente a alimentação, manejo e sanidade das espécies.

A PRODUÇÃO DE LEITE


Diversos fatores influenciam e são fundamentais para a produção de leite. Neste artigo, serão considerados principalmente a alimentação, manejo e sanidade das espécies.
O planejamento prévio de pastagem adequada para a região e para a espécie produtora de leite, considera a estacionalidade de produção de forragem. O planejamento reduz manejo, custos e insumos.
A Sazonalidades na produção de leite a pasto necessita de um sistema de produção de leite (em pastagem) com definições do sistema no verão (rotacionado) e definições do sistema no inverno.
Em certas épocas, necessitará de alternativas para fornecimento de pastagem, como cana, mandioca e outras formas de contornar a estacionalidade de produção: com silagem, feno ou pastejo diferido e concentrados.

CLIMA E RAÇAS

Os principais componentes do meio ambiente que afetam bovinos são: clima (temperatura do ar, umidade relativa do ar, radiação solar, ventos), solo (fertilidade, topografia), luminosidade, precipitação. Estes fatores agem isoladamente ou em conjunto, interferem na ocorrência de doenças e de ecto e endoparasitas, na alimentação, produção, reprodução, longevidade e conforto térmico dos bovinos.


As condições mais adequadas para os bovinos de origem européia correspondem à temperatura média mensal inferior  a 20º C em todos os meses e umidade relativa do ar variando entre 50 e 80 %.  A temperatura critica sob a qual cai o consumo de alimentos e a produção de leite, está entre 24 e 26º C para a raça Holandesa, entre 27 e 29º C para Jersey e acima de 29,5º C para a Suiça-Parda. A zona de conforto térmico está entre -1º C e 21º C, com poucas variações conforme a raça européia, para animais adultos.



Já as raças zebuínas (Bos indicus) foram selecionadas naturalmente para as condições de ambiente tropical da India - Clima mais quente e até árido. A raça Gir é originária de  ambiente quente e seco. A raça Guzerá é originária de região com clima muito quente, quase inóspito.   A temperatura  que limita o conforto térmico dos zebuínos é de 10º C a 32º C, com temperatura crítica máxima de 35º C e mínima de 0º C.


O manejo alimentar é uma das bases da pecuária leiteira, independentemente do sistema de produção adotado. Um animal bem alimentado terá melhores condições de saúde, melhores índices reprodutivos e certamente um melhor desempenho na produção leiteira, que é o foco de qualquer sistema. Por isso, fazer o planejamento alimentar é um ponto chave para todas as fazendas que produzem leite, inclusive naquelas que fazem a produção a pasto.


O sistema de produção a ser utilizado na propriedade é o item mais importante a ser considerado na escolha da raça ou do cruzamento. 


A implementação de Pastoreio Racional Voisin (PRV), programas de inseminação artificial (IA) e seleção genética, análise de alimentos e na formulação de dietas; melhorias nos sistemas de ordenha; desenvolvimentos no conforto das vacas e no projeto das instalações; progresso no tratamento de doenças e implementação de programas de saúde do rebanho


 PRV é um método superior de manejo das pastagens, baseado em 4 leis:


1) Lei do tempo de repouso: onde a altura do pasto não é usada como base para  o tempo de repouso da parcela, mas sim o estado de desenvolvimento da planta. Pastos pastoreados em seu ponto ótimo de repouso garantem a maior produtividade da pastagem e são de ótima qualidade;
2) Lei do tempo de ocupação: somente um tempo curto de ocupação permite que o gado não corte o rebrote do pasto durante essa ocupação. O essencial é que o gado não coma o pasto rebrotado, porque esse é o primeiro passo para a degradação da pastagem;
3) Lei dos rendimentos máximos: os animais de maior exigência nutricional, como as vacas em lactação, consumirem somente o estrato superior da pastagem, obterão um máximo consumo de alimento, com máxima qualidade. Os animais de menor requerimento nutricional podem pastar o estrato inferior da pastagem. Esse manejo, chamado “desnate” e “repasse”, maximiza a produção e resulta em alta produtividade por área. Esse manejo precisa de água em todos os piquetes; Lote de repasse - são os animais com menor exigência nutricional,  as vacas secas, vacas prenhas e novilhas intermediárias. Esses animais ocuparão o piquete após a saída do lote de desnate.
4) Lei dos rendimentos regulares: cada vez que o gado entra em uma nova parcela o ganho será maior no primeiro dia de ocupação, diminuindo nos dias subsequentes, 12 até trocar de parcela. Há maior ganho na nova parcela e diminui nos dias que passam. É indispensável a divisão do campo em pequenas parcelas, que são interligadas por um sistema viário e, cada uma com água permanentemente à disposição.


O pastoreio passa a ser comandado pelo humano, respeitando o crescimento do pasto, o que dá caráter de perenidade, dispensando qualquer tipo de “renovação”. O próximo potreiro a ser utilizado não é o próximo ao potreiro em uso, e sim onde o pasto apresenta ponto ótimo de repouso, mesmo que este esteja a uma grande distância. Com a mudança permanente dos animais nas diferentes parcelas, cumprem-se as leis fundamentais dos tempos de repouso e de ocupação.
A movimentação dos animais será feita com toda a tranquilidade e sem agressividade. Os animais serão conduzidos pelo trabalhador, sempre a pé. Antes de conduzir os animais, o tratador deverá entrar no potreiro onde se encontram e caminhar lentamente entre eles, durante 10 a 15 minutos, esperando que todos fiquem de pé, desenvolvendo o reflexo de urinar e bostear.


 PASTAGEM


Pasto para o PRV: Todos os pastos são bons quando manejados corretamente, em seu ponto ótimo de repouso. Inicie  o manejo de um projeto com o pasto existente, mesmo que de baixa qualidade. E se dando adequado tempo de repouso à pastagem, precisar introduzir espécies melhoradas, faça sobre-semeadura, sem aração ou gradagem.


O excedentede pasto, deve ser transformado em feno ou silagem para manejo correto das pastagens. No corte da forragem para feno ou silagem sempre busque o ponto ótimo de repouso. A forragem conservada deve ser dada aos animais diretamente no pasto, para que deixem na pastagem seu esterco e urina, ativando a biocenose e incrementando a sua fertilidade natural.


Piquetes: Um bebedouro para cada quatro piquetes. Piquetes quadrados. 10 % de corredores. Caixa d’água no ponto mais alto da propriedade. O número de piquetes de cada propriedade será determinado pelo tempo de repouso da pastagem nas condições mais severas, tempo de ocupação e o número de lotes.  A presença de corredores é essencial para evitar processos erosivos. Além disso, o uso de corredores facilita o manejo do gado e a pastagem que cresce ali também pode ser pastoreada pelo animal. É importante que sejam planejados corredores em torno do perímetro das áreas de pastagem e entre os blocos de piquetes, no sentido transversal à pendente do terreno. Os corredores devem ter no mínimo três metros e devem variar conforme o número de animais.


Arborização: Em piquetes onde não houver árvores, o produtor deverá plantá-las. Mudas arbóreas nativas de preferência. Os abrigos arbóreos protegem os animais, durante o inverno, dos ventos frios e das chuvas, e no verão, das radiações solares, promovendo maior conforto aos animais. Além disso, pastos sombreados aumentam a produção de massa forrageira em relação a pastos em pleno sol. A busca pela sombra ocorre nas horas mais quentes do dia. A arborização de pastagens é uma modalidade de Sistema SilvoPastoril que prioriza o produto animal, que integram componentes lenhosos (árvores e arbustos), herbáceos (gramíneas e leguminosas) e animais herbívoros.


SISTEMAS DE PRODUÇÃO


Os Sistemas de produção são basicamente: produção a pasto, semiconfinamento, free stall ou compost barn. A escolha deve ser o que se adapta plenamente à realidade do produtor e traz o melhor resultado diante dessa realidade. Independente do sistema escolhido, a eficiência é que determinará quem fica e quem segue na produção de leite. A disponibilidade de mão-de-obra pode ser um fator limitante na escolha do sistema produtivo. Para um pequeno e até médio produtor é importante saber até quanto se pode gastar com contratação de terceiros. Devemos ter em mente que para se ter pessoas qualificadas e comprometidas a remuneração delas deve ser compatível com esse grau de exigência. Não esqueça de que mesmo as pessoas da família devem ser remuneradas pelo seu trabalho na propriedade. E investimentos em automação de sistemas e módulos produtivos adequados para que duas pessoas possam conduzi-lo parecem ser uma boa alternativa para o futuro.


Antes de mudar o sistema produtivo da sua propriedade, analise todos os pontos, coloque no papel, reflita. Busque a opinião de profissionais isentos, aqueles sem interesse em vender nada, a não ser conhecimento para seu sucesso. Não tem como dar errado.


O Sistema de ordenha utilizado depende do número de vacas em lactação, nível de produção do rebanho, tempo desejado para a ordenha e, principalmente, pelo seu custo inicial.


As Instalações devem ser simples, eficientes, de baixo custo, proporcionar condições de conforto animal, espaço e proteção. Com ambiente limpo, seco e de boas condições sanitárias. Alguns fatores devem ser considerados, como: localização, tamanho/capacidade, tipo de instalação (componentes essenciais em instalações centrais são: alojamento animal, alimentação animal, armazenamento de volumosos/concentrados, ordenha, maternidade/enfermaria/tratamento, área para cria e recria animal, abrigo de máquinas e equipamentos).


 OS 5 PILARES DA PRODUÇÃO DE LEITE


a) Reprodução bovina: com a obtenção de padrões ideais de eficiência reprodutiva, o intervalo de partos ideal é de 365 dias (12 a 12,5 meses). Para que isso ocorra, observa-se, que, para um período de gestação de 284 dias (9,5 meses), o período de serviço deve ser de 81 dias. Nesse caso, as vacas apresentarão um parto por ano.


b) Alimentação do gado: O produtor precisa estar seguro de que o valor recebido por sua produção irá cobrir essa e outras despesas e deixar margem de lucro. Um cálculo muito importante na alimentação animal é a conversão da alimentação em litros de leite.  PRV tem se mostrado eficaz para produtores de leite e carne.


c) Manejo do rebanho


d) Tecnologia na pecuária


e) Saúde do gado: onde considera-se fatores nutricionais, sanitários e problemas na identificação do cio. 


REPRODUÇÃO: As raças mais adequadas trabalhar na fazenda são as adaptadas ao local, demandando menor manejo. Após a escolha da vaca, escolhe-se o touro. Cruzamentos de raça são bem vindos para aliar rusticidade e boa produção leiteira.


Recomenda-se o uso da inseminação artificial, pela genética de touros provados sem a necessidade de mantê-los na fazenda.


Após implementar a inseminação artificial, considere a IATF (Inseminação Artificial em Tempo Fixo). Considere o clima da sua região de modo que se obtenha o melhor ROI (retorno sobre investimento) com o rebanho. Compre novilhas ou vacas magras médias e insemine com sêmen de animais leiteiros provados, para melhorar a futura geração de animais. Em três anos, o produtor estará ordenhando a vaca que precisa ser bem alimentada. Portanto, o foco principal de uma fazenda leiteira precisa ser a produção de alimentos aos animais.


O período de serviço é o intervalo entre partos,  fase importante para reprodução e criação animal. Depende de todas as práticas de manejo, nutricional, reprodutiva ou sanitária. Quanto maior for o intervalo de partos, menor será a produtividade do animal. Atenção deve ser dada à recuperação do parto, alimentação, antes e depois dele e utilização de reprodutores saudáveis. Deve-se concentrar na identificação das causas de um intervalo longo. O intervalo de partos é o termômetro fisiológico da reprodução. O ideal é que a fêmea produza uma cria por ano, o período de serviço não pode ultrapassar 120 dias. Estima-se que o período puerperal (recomposição do sistema genital, principalmente do útero) se completa, até os 40 dias, sendo perfeitamente possível atingir-se essa meta, desde que haja um bom manejo. O sucesso na criação depende de manejo, e é totalmente dependente do homem.


ALIMENTAÇÃO: Uma dieta completa tem como base: Volumoso (capim, feno e silagem); Concentrado (farelo de milho, farelo de soja, caroço de algodão, dentre outros). O planejamento é essencial para que se consiga manter a produtividade das vacas durante todo o ano. O clima e a precipitação da região devem ser avaliados para planejar a dieta do gado durante os períodos de cheia e seca. Para o período de seca, em que o pasto praticamente se esgota, é fundamental que o produtor tenha volumoso estocado para manter a produção. A silagem é o principal meio de conservar a forragem mantendo a sua qualidade nutricional.


A amostragem de solo da área escolhida para a pastagem, avalia questões como declividade, encharcamento, drenagem da área e, com a ajuda do técnico, eleger quais as forrageiras adequadas para cada um desses pontos. A correção do solo deve ser feita com base na análise. Após isso, deve-se manter um manejo adequado para tornar essa pastagem perene, sem a necessidade de renovação. O uso intensivo de pastagens utiliza a técnica do pastejo rotacionado, permitindo o melhor aproveitamento do pasto, favorecendo a recuperação da forrageira adotada e evitando a degradação da pastagem. Com essa metodologia a lotação pode chegar a 15 UnidadeAnimal/ha/ano.


A técnica consiste em dividir o pasto em áreas de ocupação, quando os animais estão nos piquetes; e de descanso, com o tempo necessário para o crescimento da planta, que varia para cada espécie empregada. O tamanho do piquete difere conforme o número e tipos de animais – vaca, novilha e bezerra, e produção e consumo de forragem. Para ser bem-sucedida, recomenda-se a análise e correção do solo, a adubação das pastagens, a escolha da forrageira correta e o uso de cerca para a divisão dos piquetes. O rotacionado aproveita o pasto, tornando-o uniforme. A maioria dos produtores de leite não tem como norma o orçamento alimentar anual para garantir forragem abundante de boa qualidade durante o ano todo. A água é oferecida 24 horas por dia; os minerais, um sal de boa qualidade no cocho cumpre a missão; e a vitamina é fornecida somente para bovinos confinados e sem exposição ao sol. Já a proteína e a energia preocupam, mas são passíveis de ajustes. Na seca, a suplementação proteico-energética representa custo e as alternativas disponíveis, como grãos, silos, irrigação de pastagem, capineira, ração, feno e cana-de-açúcar possuem suas peculiaridades.


Onde a seca maltrata a pastagem, a proposta é adotar forrageiras proteicas e regionais, na forma de feno, como bocaiuva, algodão-de-seda, parte aérea da mandioca; as capineiras de capim-elefante; e as leguminosas, como o feijão-guandu e a leucena.   Vacas recebem 25-50 g/dia de alimentação mineral, pode ser na forma de plantas ricas em silicone (principalmente nativas), taninos e que possuam efeito no parasitismo digestivo. Se as vacas estiverem corretamente alimentadas, terão menos problemas de saúde.


Quando a terneira é submetida ao desaleitamento, ou desmama precoce, o fornecimento de um bom concentrado é fator chave para a performance da novilha.


Para cada litro de leite produzido o animal deve beber entre 4 a 5 litros de água! Além da água de sua manutenção. Para cada 4 piquetes, utilize 1 bebedouro. Bebedouros plásticos circulares são ideais.


MANEJO: Não bater nos animais; Não fazer com que as vacas corram; Disponibilizar água a vontade para o rebanho; Redução de ruídos no ambiente. São práticas trazem resultados imediatos na produção da fazenda. Além disso, deve-se atentar ao estresse térmico.


As vacas apresentam melhores resultados quando em tempo fresco. Invista em estruturas que amenizem o calor do ambiente, como arborização ou compost barns. Partos são programados pela necessidade de leite na propriedade, para produção de queijo e com objetivo de 1 bezerro/vaca/ano. Após a escolha e o nascimento, os cuidados com a bezerra, com a ingestão do colostro, fase mais importante do processo. Os bezerros são totalmente dependentes do colostro e o seu consumo os ajuda a adquirir imunidade e está relacionado diretamente ao desenvolvimento das futuras matrizes. Além do fornecimento de leite (balde ou teta), 3 a 4 litros/dia, a bezerra pode consumir uma ração inicial no cocho, como farelo de soja e milho quebrado, para desenvolver o rúmen e, assim, desmamar mais cedo.


O manejo inadequado traz menor número de bezerras desmamadas e menor eficiência de seleção de novilhas de reposição, menor número de animais excedentes para a venda, maior taxa de mortalidade e aumento dos custos com medicação e animais com mais problemas de saúde, e menores taxas de progresso genético do rebanho. a mastite está principalmente associada à qualidade do manejo e aos fatores ambientais. 


No caso de uma novilha, depois que ela atinge o peso de cobertura (350 e 330 Kg de peso vivo, respectivamente, para a raça Holandesa e outra mestiça, obtidas pelo seu cruzamento com uma raça zebuína), ao final da etapa de recria, a novilha, ao apresentar o cio, será coberta por um touro ou inseminada artificialmente.


Entre os 40 e 60 dias após a cobertura ou inseminação, é feito o diagnóstico de gestação, e, se a concepção for confirmada, essa fêmea passa a ser manejada junto às vacas secas ou, com número suficiente de animais, num lote apenas de novilhas, que receberão alimentação para continuar ganhando peso para chegar ao parto com a meta de peso adequado à sua genética. Em torno de três a quatro semanas antes do parto, ela poderá ser manejada junto ao lote de vacas em lactação. Indica-se transferência para permitir a adaptação da novilha à nova dieta e, adaptação à rotina de ordenha das vacas em lactação. Essas vacas consomem uma dieta contendo mais concentrado, e são manejadas, no mínimo, duas vezes por dia para as ordenhas. Dias antes do parto, a novilha é levada para uma baia maternidade, no caso de confinamento, ou para o pasto maternidade, onde ocorrerá o nascimento da cria. A alimentação fornecida será a mesma das vacas em produção. Depois do parto, a vaca passa até 24 horas com o bezerro, depois apartado, passando a ser manejada junto às vacas em lactação. Se o rebanho estiver dividido em lotes, para alimentação diferenciada conforme a produção, a fêmea  que pariu pela primeira vez, receberá a mesma alimentação do grupo de maior produção.


TECNOLOGIA: A Tecnologia fundamental se basea em dados, como: Controle leiteiro; Reprodução do gado; Sanidade do rebanho; Estoque da fazenda; Receitas/saídas; Rebanho separado por idade/sexo.


Além da tecnologia animal e contábil, também a Infra-estrutura agrossilvipastoril: assentada em espécies adaptadas à seca: cactáceas forrageiras, leguminosas arbóreas e gramíneas tolerantes; Uso de animais geneticamente compatíveis com o ambiente e que otimizem o padrão nutricional dessa infraestrutura agrossilvipastoril; Diversidade temporal e espacial dos subsistemas cultivados: rotação de cultivos e cultivos consorciados; Manejo que assegure o bem estar animal; Uso mínimo de agroquímicos, buscando métodos e produtos naturais; Práticas de conservação de forragem: PRV, ensilagem e fenação; Reciclagem de resíduos vegetais p/animais e de resíduos animais p/cultivo com o PRV; Recomposição do extrato arbóreo dos agroecossistemas, através de reflorestamento, arborização de pastagens, cercas vivas forrageiras e cortinas quebraventos.


O beneficiamento também pode influenciar muito a receita final da propriedade. Uma produção de queijo com 3 pessoas, pode processar de 500 a 600 queijos/dia, fornecendo para até 50 clientes/semana. Investimento na redução de custos são sempre bem vindos, como biogás e armazenamento de forragem. A qualidade alimentar do volumoso e  concentrado reflete na produtividade das vacas, para acabar em produtos de maior valor agregado como queijos, iogurtes e sobremesas.


As mudanças mais importantes são a definição dos padrões de qualidade, aumento da oferta de produtos de maior valor agregado, racionalização da coleta por meio da granelização, concentração da indústria, requerimentos de escala e profissionalização da produção primária. Sabendo todos os dados, pode-se calcular e atualizar o custo de produção de leite por meio de planilhas de custo.


Manter ou introduzir árvores em pastagens ainda não é prática rotineira em várias regiões do Brasil e em outros países de clima tropical e subtropical. As árvores contribuem com produtos, por exemplo, madeira e forragem, e com serviços ambientais (conservação do solo e da água, aumento da biodiversidade e armazenamento de carbono). 


Locais onde predominam solos de baixa fertilidade, para recria de fêmeas mestiças Holandês x Zebu. O modelo se aplica também para áreas declivosas com solos mais férteis e para locais com topografia ondulada ou plana.


SAÚDE: Em relação a Saúde, verifica-se: a contaminação cruzada, devido a ausência do uso da caneca de fundo preto para identificação de mastite; a elevação da contagem bacteriana total, obtida com faltas na higiene de equipamentos e utensílios; a contaminação do leite com antibióticos, dentre outras.


A contaminação do leite durante a ordenha e suas condições de armazenamento até chegar ao laticínio são os principais fatores de perda de qualidade do produto. É uma tecnologia barata e que faz toda a diferença, capaz de reduzir a contagem bacteriana de 800 mil para 130 mil. 


Identifique onde estão os problemas de sanidade da fazenda. Por se tratar de uma etapa delicada, é essencial a contratação de um especialista. Alguns problemas podem ser diagnosticados pelo próprio produtor ou seus funcionários, como a mastite clínica.


Remove-se os indivíduos e progênie que tiveram contato com casos de Doenças da Vaca Louca (DVL) do rebanho.


Um plano detalhado deve ser feito, em conjunto com um veterinário, demonstrando como desenvolver e promover a boa saúde e se tornar menos dependente de medicinas veterinárias. O manejo preventivo é sempre encorajado, mas todos os problemas devem ser tratados imediatamente. O uso de medicinas homeopáticas é encorajado. Medicina veterinária e antibióticas não devem ser usadas como preventivos. Exemplo, a terapia da vaca seca  como base de rotina, mas deve ser utilizada para prevenir a aflição durante eventos de doenças ou ferimentos.


O tempo de retirada de medicina veterinária deve ser pelo menos o dobro do período requisitado. Onde o período legal for 0 ou menor que 24 horas, utilizar no mínimo um período de 48 horas.


Boas práticas de sanidade incluem o mergulho das tetas após ordenha, e retirada de vacas com alta contagem de células somáticas para ajudar no controle da mastite.


Controle de vermes deve ser feito com cuidadoso manejo prático e rotacional de pasto (PRV) para minimizar exposição à infecção.


Alguns anti-helminticos podem fazer parte do programa de controle, os que foram acordados pelo grupo de controle, para tratar animais quando sintomas clínicos ocorrerem.


A vacinação é permitida, em casos de risco de doenças conhecidas e identificadas pelo veterinário.


Quando um animal ou grupo de animais recebem mais de 3 tratamentos em um ano, perdem o status de orgânico, com exceção de vacinação, tratamento parasítico e qualquer plano de erradição compulsória.


Se algum produto organofósforado for utilizado, animais perdem o status orgânico.


Registros limpos de toda medicina veterinária comprada e usada é essencial.


Origem do rebanho e alimentação.


Gado comprado não deve ser de rebanhos que possuíram casos de DVL em no mínimo 6 anos.


Como produtores devem manejar para saúde sem antibióticos? Genética: selecionando pela saúde e características físicas. Escolhendo uma raça adaptada ao ambiente regional. Nutrição adequada: com pasto de alta qualidade e palatabilidade. Suplemento apropriado e adequado de grãos, ração ou pasto. Ambiente de baixo estresse. Exercícios. Baixa exposição a doenças: biossegurança, sanidade, e manejo do pasto. Protocolos de vacinação efetivas. Tratamentos alternativos não tradicionais. 


Alguns dos tratamentos alternativos e orgânicos de mastite que produtores podem usar são: produtos baseados em whey (orais, intravenoso, intramuscular, subcutâneo); Tintura de alho (oral, intravaginal ou intrauterino); Aloe vera (oral, intramuscular, intramamário, intravaginal ou intrauterino); Vitamina C (intramuscular, intramamário, intravenoso); Aspirina (oral); Homeopatia (oral, intravaginal ou intrauterino).


O princípio por trás da homeopatia é "coisas parecidas tratam coisas parecidas", por exemplo tratar ferroada de abelha com apitoxina. A homeopatia também se baseia em quando mais diluido o tratamento, mais potente será o efeito.


Multivitaminas (oral); Óleos vegetais (tópico); Corticosteroides (intramuscular, intramamário); Eletrólito (oral); Suplemento probiótico/microbiano (intramamário); Vitamina B (intramuscular); Óleos essenciais (tópico).


Esses tratamentos alternativos e não tradicionais não foram completamente estudado ou conclusivos nos efeitos de recuperação ou saúde dos bovinos. Tratamentos orgânicos também podem causar efeitos colaterais que não foram documentados.


A prevenção é chave para a saúde de bovinos e somenete é adquirido por meio de manejo adequado do rebanho.


Observar: 


Outras considerações envolverão canais de marketing, beneficiamento como padronização, engarrafamento e comercialização do leite e/ou produtos lácteos localmente. Para distribuição regional e nacional, produtos tendem a sair da fazenda para uma cooperativa processadora/engarrafadora para então um distribuidor particular antes de chegar nos comerciantes finais. Marketing sempre deve ser considerado antes do início da produção.


Para produzir leite orgânico, a unidade produtiva deve ser registrado em órgão regulador/certificador de  orgânicos e o sistema de produção adotado deve encontrar os padrões orgânicos específicos.


 


Fontes:


https://tecnologianocampo.com.br/producao-de-leite/


https://www.milkpoint.com.br/colunas/educapoint/como-ter-uma-producao-de-leite-sustentavel-em-pequena-propriedade-rural-215751/


https://www.educapoint.com.br/blog/pecuaria-leite/sustentabilidade-producao-leite/


https://www.dairyglobal.net/Farm-trends/Articles/2020/2/Farm-report-France-50-years-of-organic-milk-production-540939E/


https://www.daera-ni.gov.uk/articles/organic-milk-production


https://afs.ca.uky.edu/content/organic-milk-production


https://www.cpt.com.br/dicas-cursos-cpt/ciclo-produtivo-de-uma-vaca-de-leite

* Clique na foto para ver a imagem ampliada

Cadastrar/Editar Manejo/Produto

* palavras chaves separadas por vírgula. máx. 5