[Controle Químico] Calda Bordalesa no controle do Cancro Cítrico

Lista de culturas: Citrus

Trabalhos têm sido publicados com bons resultados para o controle do cancro cítrico nos pomares do Rio Grande do Sul, utilizando a calda bordalesa associado à poda sanitária. 

Pulverizações da calda bordalesa diminuem efetivamente o ataque de cancro cítrico, podendo ser usadas com eficácia no controle dessa doença, nas concentrações de 0,1 a 0,2% de cobre metálico, não sendo necessárias duas pulverizações consecutivas nos fluxos de brotação, quando usada a concentração de 0,2%.


Aplicação


As pulverizações nas épocas de forte surto de brotação e posteriormente feitas pulverizações, mesmo sem brotações, para proteger os frutos.


Poda Sanitária


Remover e queimar ramos e folhas que apresentassem lesões de cancro cítrico;


Preparo da calda bordalesa (0,25%):


Ingredientes:


50g de sulfato de cobre


50g de cal virgem


20 litros de água


Utilizar dois recipientes, um para o preparo do sulfato de cobre (a) e outro para o leite de cal (b).


a) Colocar o sulfato de cobre (50g) dentro de um saquinho de pano de 4 a 24 horas antes do início do preparo. Amarrar o saquinho na ponta de uma vara e mergulhar em +ou - 2 litros de água fria ou morna.


b) Colocar a cal virgem (50g) em 2 litros de água, misturar bem. Cuidado para não queimar a pele com o aquecimento resultante da reação da cal com a água. Antes de misturar os ingredientes, coar o leite de cal em um pano.


Ao misturar os ingredientes, derramar lentamente o sulfato de cobre (2 litros) sobre o leite de cal (2 litros). Não inverter esta ordem e lembrar sempre de pintar o branco com azul. Utilizar uma colher de madeira para misturar o sulfato, a cal e o restante da água (+ou- 16 litros). Verificar a acidez da calda bordalesa (deve estar neutra ou ligeiramente alcalina).


Observação:


Em plantas jovens ou em florescimento sugere-se preparar a calda bordalesa com 60g de sulfato de cobre mais 30g de cal virgem (menor concentração da calda). Para plantas adultas preparar a calda bordalesa com 120g de sulfato de cobre mais 60g de cal virgem (maior concentração da calda). Ou seja, as quantidades (peso) dos ingredientes (sulfato de cobre e cal vigem) utilizados para o preparo da calda pode variar em função da cultura, condição climática, grau de ataque de doenças e fase de desenvolvimento da planta. Convém realizar um teste em algumas plantas antes de realizar a aplicação na lavoura e verificar se não foram provocadas lesões por queimaduras decorrentes da aplicação da calda.


Cuidados:


Usar luvas de borracha e camisa de manga comprida quando for manusear a pasta bordalesa. Evitar o contato da calda com a pele e os olhos. Utilizar a calda bordalesa logo após o preparo ou em até 3 dias.


Como aplicar:


A calda deve ser pulverizada nas folhas das plantas. Aplicar desde a fase vegetativa até a fase de maturação dos frutos, com os intervalos de 10 a 15 dias entre as aplicações. Aplique a calda com temperaturas amenas (temperaturas nem muito quente e nem muito frias).


Atenção:


A legislação orgânica permite utilizar a quantidade máxima de 6 kg de cobre/ha/ano.


Produtores orgânicos certificados devem consultar a OCS ou OAC, caso não estiver previsto o uso do sulfato de cobre no plano de manejo orgânico da propriedade para o controle pretendido.


Referências


MEIRA, A. L.; LEITE, C. D. MOREIRA, V. R. R. APLICAÇÃO DE CALDA BORDALESA EM FRUTÍFERAS. Fichas Agroecológicas: Tecnologias apropriadas para Agricultura Orgânica. MAPA, Sanidade Vegetal 2. Disponível em: http://www.agricultura.gov.br/assuntos/sustentabilidade/organicos/fichas-agroecologicas/arquivos-sanidade-vegetal/2-aplicacao-de-calda-bordalesa-em-frutiferas.pdf


KOLLER, Otto Carlos et al. Controle químico do cancro cítrico em plantas jovens sob manejo convencional e orgânico. Cienc. Rural [online]. 2006, vol.36, n.4 [cited 2017-06-22], pp.1043-1048. Available from: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84782006000400001&lng=en&nrm=iso>. ISSN 1678-4596. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-84782006000400001.


THEISEN, S. Incidência de cancro cítrico (Xanthomonas citri pv citri) em pomar de laranjeiras 'Valência' sob concentrações e freqüências de pulverizações cúpricas. 2004. 63f. Dissertação (Mestrado em Fitotecnia) - Programa de Pós-graduação em Fitotecnia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.


THEISEN, S. Incidência de cancro cítrico (Xanthomonas citri pv. citri) em pomar de laranjeiras ‘Valência’, com poda sanitária e pulverizações com produtos cúpricos, abamectin e calda sulfocálcica. 2007. Tese (Doutorado em Fruticultura) - Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia, Faculdade de Agronomia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007.


http://www.agroecologiaemrede.org.br/upload/arquivos/P18_2005-05-20_131838_237.pdf

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